22 de Dezembro de 2014 0 comentários
Em diversas culturas espalhadas pelo mundo, a celebração da passagem do ano ou das estações é feita com o intuito de
estabelecer a renovação do mundo e o revigoramento dos valores que agregam uma determinada civilização.
Semelhantemente, o Natal também incorpora esse mesmo princípio de renovação ao celebrar o nascimento de uma das
figuras centrais do cristianismo, Jesus Cristo. De fato, em diversas manifestações natalinas podemos também enxergar a
reafirmação desse mesmo valor.
Dessa maneira, podemos observar que os princípios natalinos se configuraram em diferentes culturas ao longo do tempo.
Os mesopotâmicos, por exemplo, celebravam nessa mesma época o Zagmuk. Segundo a tradição mesopotâmica, o fim do ano
era marcado pelo despertar de monstros terríveis a serem combatidos por Marduk, sua principal divindade. Durante a
festividade, um homem era escolhido para ser vestido e tratado como rei, para depois ser sacrificado, levando todos os
pecados do povo consigo.
Nas civilizações nórdicas, o Yule – marcado para o dia 21 de dezembro – marcava o retorno do sol. Para celebrar a
mudança, grandes toras de madeiras eram amontoadas para a montagem de grandes fogueiras que tinham em suas labaredas a
representação de novas colheitas e rebanhos a serem consumidos no ano seguinte. Marcando o início do inverno, a
celebração reafirmava uma grande esperança nas novas conquistas a serem obtidas no novo ano que se iniciava.
Na Roma Antiga, a data de 25 de dezembro marcava o início das celebrações em homenagem ao nascimento do deus Sol,
conhecido como “Natalis Solis Invcti” (O Nascimento do Sol Invencível). Nessa mesma época, entre os dias 17 e 24 de
dezembro, também ocorriam as festividades da Saturnália, celebração cercada de muita comida e bebida onde as normas do
mundo formal eram subvertidas com o intuito de promover a renovação dos valores por meio de festas marcadas pela
inversão dos padrões vigentes.
Com a oficialização do cristianismo no interior do Império Romano, várias destas datas foram incorporadas com o
propósito de alargar o número de convertidos à nova religião do Estado. Nesse processo, o dia 25 de dezembro foi
instituído como a data em que se comemorara o nascimento de Jesus Cristo. Na verdade, várias analogias entre as
tradições pagãs e os valores cristãos oferecem uma grande proximidade entre os significados atribuídos a Cristo e as
divindades anteriormente cultuadas.
Assim como Jesus Cristo, Mitra era reconhecida como uma grande divindade mediadora espiritual para os romanos. Da
mesma forma, Jesus, considerado “O Messias”, teria a mesma função de conceder a salvação espiritual a todos aqueles
que acreditassem em seus ensinamentos por meio da conversão. Com isso, a absorção dos princípios e referenciais
religiosos da cultura romana influenciou na ordenação das festividades e divindades do Cristianismo.
Mesmo a Bíblia não especificando o nascimento de Cristo, as autoridades cristãs fizeram a escolha desta data, que foi
mais tarde reconhecida pelo Papa Julius I (337 -352). Com o processo de expansão e regulamentação das tradições do
cristianismo, o feriado natalino ganhou enorme força ao seguir o próprio processo de expansão da nascente religião.
Dessa maneira, o Natal conseguiu se transformar em uma das principais datas a serem comemoradas pelos cristãos de todo
o mundo.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Fonte: http://www.brasilescola.com/natal/historia-natal.htm
Obrigado!
Antoni Nelti
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