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Os 3is da criatividade

14 de Novembro de 2018 0 comentários

Recentemente, tive o grande prazer de ler o livro do professor Luiz Vidal Negreiros Gomes, Criatividade & Design: um livro de desenho industrial para projeto de produto, que aponta os 3is da criatividade como ferramenta importante a ser utilizada na formação de novos designers. O professor mostra que os 3is da criatividade são os seguintes: ilusão para a fantasia; invenção para a engenhosidade; e inovação no projeto de desenho de produto.

Segundo o professor Luiz, na preparação de uma nova geração de designers brasileiros, a existência de equívocos no ensino, incompreensões na educação, dificilmente poderão ser, assim, com um simples toque da tecla delete, corrigidos. Teremos, nesse caso, novos desenhadores despreparados. E mais, para solucionar um erro nesse âmbito, são necessárias décadas de trabalho. E, se por algum motivo, chegarmos a esse ponto, o que se pode fazer é, dali para diante, melhorar.

O professor Luiz propõe que professores que ministram disciplinas de projeto de produto promovam, em suas aulas, atividades em três níveis para estimular a criatividade. São eles:

 

  • ILUSÃO, estímulo à fantasia, para respostas de curto prazo à produção criativa

Por meio da fantasia, podemos alcançar a motivação, o desejo e a inspiração para a realização de algo. De acordo com o professor, coisas e situações engraçadas ajudam a criar um clima agradável e leve, pois, o humor tende a fazer com que as ideias fluam com mais naturalidade. O professor Luiz afirma que a fantasia é elemento-chave em muitas formas de Arte, como literatura, pintura, música, cinema, teatro, artesanato e etc. E, aponta que o uso de exercícios de inversão; uso dos opostos, contrários e complementares; multiplicação das partes de um conjunto de mudanças de cor, matéria, lugar, função, movimento, dimensão e peso, podem ajudar professores e alunos a ampliar suas habilidades mentais e manuais e também a capacidade de fazer relações de analogia.

 

  • INVENÇÃO, prática de memória técnica, para respostas de médio prazo à criatividade;

Os exercícios de invenção consistem em dissecar as partes, componentes, elementos de produtos, e em seguida debuxa-los a mão livre. O principal intuito dessa atividade é o de desenvolver memória técnica e a imaginação tecnológica dos estudantes. A atividade é inspirada nas “técnicas de visualização analítica”, sugeridas por Bonsiepe et al em 1984, cuja meta é coletar informações visuais para futuro uso em análises morfológica, semântica, estrutural e funcional do produto em questão.

De acordo com o professor Luiz, essa técnica permite que os estudantes demonstrem habilidades manuais para uso do desenho de convenção, desenho de visualização, desenho geométrico, além de capacidade intelectual criativa na identificação de elementos de máquinas e produtos, juntamente com a de caracterizar materiais. Estimulando também a capacidade de avaliar e até mesmo definir o melhor modo de organizar o leiaute para a fabricação de um produto idêntico.

 

  • INOVAÇÃO, estudos de analogia com as coisas da Natureza, para respostas de longo prazo à criação de produtos

Já os exercícios gráficos de inovação, aqueles – de acordo com o professor Luiz – de resposta a longo prazo à criatividade, são os que fundamentam melhor para o Desenho. O professor sugere, nesse caso, a exploração dos exercícios que recorrem à Natureza como fonte de inspiração, desenho de observação, para o adestramento da visão e da mão, e Biônica, para o embasamento da inovação a ser criada, pois, segundo o professor a Biônica é um dos mais frutíferos caminhos para treinamento em projetos que exigem do designer um elevado pensamento divergente.

Penso que o professor Luiz consegue deixar bem claro que existem vários caminhos para que nos tornemos  cada vez mais criativos e o principal, também existem ferramentas a serem utilizadas para cada tipo de projetos em que estamos envolvidos. Hoje, posso dizer que sou um apaixonado por métodos e ferramentas, e, sempre que posso, experimento algum novo nos projetos em que participo. Afinal, se partirmos da premissa de que nenhum projeto é igual a outro, nosso processo criativo também não precisa ser o mesmo.

 

Via: Design Culture

https://designculture.com.br/

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